As tecnologias automotivas estão evoluindo para dois caminhos que juntos formarão o carro do futuro. Mesmo aqui no Brasil, tecnologias de assistência ao condutor e automação veicular já são alvo de discussão entre consumidores e não consumidores de carros.
Uma pesquisa feita pela consultoria Deloitte, apontou as preferências do brasileiro nesse novo ambiente e seus desejos em novos sistemas a bordo dos carros. Mas antes de falarmos daqui, lá fora, um estudo semelhante apontou que 55% das pessoas que usam serviços de compartilhamento não acham necessário comprar um carro futuramente.
Os aplicativos de compartilhamento são utilizados uma vez por semana por 42% das gerações Y e Z. No entanto, os mais velhos das gerações Pre/Boomers e X representam apenas 24% e 32%, respectivamente. Em resumo, são os mais jovens que não desejam ter um carro próprio no futuro, mas ao invés disso, querem ter serviços de qualidade e por um custo baixo.

Mas de volta ao Brasil, a pesquisa realizada aqui apontou também uma preferência por serviços online e o desejo de pagar menos por tecnologia embarca, mas priorizando o que se pode pagar em termos de segurança e assistência. Um fato interessante no processo de automação dos carros e da introdução de novas ferramentas para auxiliar o motorista no Brasil, foi que entre 2014 e 2016, o interesse do consumidor pela automação básica caiu.
Nesse caso, o que aconteceu foi que o brasileiro abriu mão de pagar por tecnologias e serviços que poderia ter de graça no smartphone. O exemplo principal é o de aplicativos de geolocalização. Navegadores como Google Maps e Waze se tornaram muito populares e fizeram com que muitos consumidores desistissem de adquirir essa tecnologia embarcada no próprio carro.
Os apps de aparelhos móveis forçaram os fabricantes à introdução de sistemas que os façam rodar na tela do automóvel, sendo eles Android Auto e Car Play. O espelhamento, menos popular, também foi outra ferramenta para trazer de volta o consumidor que dispensaria uma multimídia com GPS por conta do smartphone.

Hoje em dia, quem quer pagar por um GPS se pode tê-lo de graça? E mais, os gratuitos utilizam tecnologias que muitos dos dispositivos de fábrica não oferecem. De qualquer forma, a pesquisa da Deloitte apontou que o brasileiro não está alheio ao restante, preferindo sim pagar por automação avançada, quando duas ou mais tecnologias trabalham em conjunto para auxiliar o motorista.
Nesse caso, o brasileiro quer ter em seu carro sensor de ponto cego, frenagem automática de emergência, detector de obstáculos e pedestres, serviços de concierge, entre outros. Muitas dessas tecnologias já estão presentes em alguns carros nacionais, sendo o mais difundido o serviço de concierge, que é a assistência remota ao motorista a partir do veículo e feito por uma central com atendentes 24 horas. Nesse caso, de pedidos de orientação até socorro médico são oferecidos e preferidos por muita gente.

No caso dessas tecnologias de automação avançada, a disposição do consumidor brasileiro em pagar por elas reduziu bastante no período entre 2014 e 2016, quando o valor médio gasto por tais sistemas caiu de R$ 5.951 para R$ 1.995. Isso ocorreu muito em parte pela oferta de automação já disponível, o que fez o apetite do mercado cair para um patamar bem mais baixo. Por aqui, tecnologias avançadas voltadas para a segurança são preferenciais em comparação com serviços de conveniência e conectividade, segundo o estudo.
Assim, das 10 tecnologias mais desejadas pelo consumidor brasileiro – dentro de uma lista de 32 – quatro são relativas à segurança. Todas as quatro estão nas primeiras posições, sendo o alerta de obstáculos e colisão o mais desejado. Confira abaixo os 10 sistemas avançados de auxílio ao condutor, mais desejamos pelo brasileiro.
10 tecnologias avançadas que o brasileiro está disposto a gastar em um automóvel
- Alerta de colisão
- Tecnologia que impede o motorista de entrar em situações de risco (segurança)
- Alerta de risco de acidente (segurança)
- Assistente de emergência médica ou em acidentes (segurança)
- Bloqueio remoto do veículo roubado (segurança cibernética)
- Diagnóstico e envio de notificação de manutenção (conectividade)
- Impedimento de acesso não autorizado para evitar furtos (segurança cibernética)
- Uso de combustíveis alternativos (sustentabilidade)
- Redução do impacto ambiental (sustentabilidade)
- Bloqueio dos sistemas do veículo contra hackers (segurança cibernética)
Como se pode notar acima, a segurança cibernética é outra preocupação do consumidor brasileiro. A pesquisa apontou que 8 em cada 10 entrevistados temem uma invasão de sistemas automotivos por parte de hackers, mas ainda assim aceitam compartilhar seus dados pessoais com os fabricantes dos veículos em troca de melhorias e mais benefícios nos carros.

Mas e o futuro?
De acordo com a pesquisa da Deloitte, o consumidor brasileiro está disposto a investir em tecnologias focadas em cockpit (46%), condução autônoma parcial ou plena (32%), conectividade (29%), propulsão alternativa (20%) e segurança (18%). Em referência à condução autônoma, a maioria confia nos fabricantes de veículos para ter acesso no mercado. Já em relação à propulsão alternativa, quando referente ao carro elétrico, 64% dos entrevistados estão dispostos a esperar no máximo uma hora pela recarga.
Atualmente, as tecnologias mais avançadas em carregamento de baterias precisam de três a quatro horas no plugue. Ou seja, o brasileiro não quer esperar por mais tempo de recarga. Por esse motivo, entre outros, o carro híbrido surge como mais atrativo aos olhos do mercado nacional, pois não necessita que o carro fique muito tempo parado para recarregar sua bateria.
Fonte: Valor/Conteúdo de Marca
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